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Ora, somos tão inteligentes que conseguimos isolar o ato sexual da própria reprodução, por intermédio de preservativos, pílulas e outros métodos artificiais, invenções oriundas da nossa inteligência.

Em se levando em conta que o ato sexual pode nos oferecer doses inimagináveis de prazer, além de servir como meio de socialização entre as pessoas e ser também um ótimo exercício físico, soa para mim como algo óbvio que, usando de métodos inteligentes e artificiais para retirar o processo reprodutivo e as doenças da equação, o sexo discreto e seguro devesse ser incentivado na sociedade, por ser prática das mais agradáveis.

Pode ser um delírio meu, uma utopia, mas acredito que, se nossa cultura fosse outra e os tabus sexuais e mesmo religiosos fossem abandonados, teríamos outra visão do mundo. Talvez os casais e grupos de amigos tivessem uma vida mais feliz, sendo mais livres, e o que convencionou-se como promiscuidade seria visto como coisa normal, uma busca pelo prazer e pelo erotismo, algo natural e inerente à sexualidade humana.

Talvez nesse meu mundo utópico de sexo harmônico e seguro não houvesse mais casais que se odeiam, aturam-se e traem-se, presos que estão pelas algemas das alianças, e nem famílias com dúzias de filhos passando fome, pois o sexo seguro permitiria que as pessoas decidissem em qual momento de prazer e amor os filhos seriam concebidos.

Talvez o conhecer uma pessoa passasse por menos esperanças desfeitas, desilusões, incompatibilidades... menos o TER, o POSSUIR o companheiro, e mais o SER do companheiro, o ato de amor imediato permitindo a descoberta do desejo de ambos, a entrega de ambos ao prazer, a união como consequência.

Mundo utópico, de fato.

Chega a ser paradoxal que nós, humanos, inteligentes, acabemos preferindo viver uma vida de prazeres forçados e tolos, entornando engradados do mijo alcoólico e nocivo destilado da cevada, fumando nicotina e outros venenos, entregando-se a bebedeiras, drogando-se com substâncias tóxicas, destruindo corpo e saúde e dando cabo até mesmo da nossa própria sanidade perante a transgressão e o tabu, entre outros tantos excessos que cometemos na nossa tresloucada busca pelos prazeres mundanos, prazeres substitutos, falsos e nem sempre agradáveis... sim, chega a soar como burrice que erremos tanto em nossa busca pelo prazer ao invés de simplesmente aproveitarmos as tantas soluções que nós mesmos criamos, e que permitiriam que tivéssemos uma vida sexual movimentada, divertida, e adequada ao padrão de inteligência de nossa espécie.

Uma burrice TREMENDA, se me permitem, para uma raça que se considera assim, inteligente.